terça-feira, 3 de junho de 2008

A TUA PRESENÇA

Fria, frígica, impalpável,

Em duros linhos envolta,

Tua presença outrora inseparável,

De mim se esconde, me faz revolta.

Fico a buscar por vias intermináveis

Teu vulto inesquecível de puro azul.

Invento paisagens insondáveis;

Perdida, confundo o norte com o sul.

Onde o teu calor que não esqueço,

O saber de tuas mãos, cadê ?

Será talvez que não te mereço,

Serei proscrita sem saber por que ?

Tua boca doce ainda me fala

Promessas guias cheias de luz.

Em que dobra do tempo fica esta sala

Onde te escondes, talhas minha cruz ?


Se tu mentias, me enganavas, me iludias,

Eu não sabia: dançava tonta como encantada.

Sentindo agora o corte profundo, lâminas frias,

Enfim eu sei: amava tonta, era tudo nada !

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