quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

carta a um amigo


meu querido amigo,

outro dia escrevi um texto sobre paixão para introduzir a letra da música apaixonada do ........... falei de uma pessoa que admiro como artista e dos seres em geral quando se apaixonam. sei por experiência. também já me apaixonei várias vezes. também já fui consumida por esse fogo muitas vezes. também sofri essa ansiedade de tirar o fôlego várias vezes.


agora, estou falando do contrário disso. do tempo quando as pessoas superam esse desassossego e finalmente alcançam a serenidade, a calma. de quando elas podem amar verdadeiramente as pessoas, sem paixão, apenas com doçura,  compreensão, boa vontade, paciência, solidariedade. tempo da delicadeza! tempo em que se pode declarar o amor abertamente, sem que se criem impressões errôneas, sem que se criem suspeitas de segundas intenções. tempo em que o abraço e o beijo são permitidos sem constrangimento. eu te contei da menininha que abriu os braços num enorme abraço  para mim. naquele momento, éramos idênticas; ela na doçura e inocência de quem pode abraçar e beijar  a todos sem nenhuma intenção e eu na doçura e  inocência que os anos me conferiram, sem nenhuma intenção que não fosse trocar meu amor com a pequenina desconhecida. claro, não somos iguais, pois ela é infinitamente melhor que eu na sua pureza, mas as paralelas que nos mantinham diferentes naquele momento convergiram e convergirão até que eu me torne de novo uma criança. preciso envelhecer mais para que isso aconteça  sem recaídas e sem dor, na compreensão total de que, ao final, o que resta é o amor.
(aurea)
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2 comentários:

Jesús disse...

precioso Aurea !

uma mulherina* disse...

precioso é ter em você um amigo. obrigada.